Camponesas protagonizaram manifestações no Nordeste; entre caminhadas e bloqueios, ministro da Justiça enxergou “baderna generalizada”
Desde a madrugada militantes do MST no Paraná bloqueavam a BR-476, no dois sentidos (confira na foto principal). O motivo político era o mesmo: o impacto das reformas trabalhista e previdenciária para os trabalhadores rurais. Em Alegrete (RS), 100 sem-terra fecharam a ponte de acesso à cidade, na BR-290.
De manhã, às 8 horas, 300 militantes do MST e sindicatos goianos trancaram a rodovia BR-020, no entorno do Distrito Federal. Motivo geográfico, segundo o Brasil de Fato: “A rodovia conecta a região do centro-oeste com o nordeste brasileiro e é central ao escoamento de commodities e defensivos agrícolas das grandes multinacionais”.
PROTAGONISMO FEMININO
No Nordeste, mulheres protagonizaram manifestações em Pernambuco e em Alagoas. Em Serra Talhada (PE), elas carregam cartazes sobre a reforma da previdência, que tem alteração específica para o caso das trabalhadoras. A mobilização de 4 mil camponeses e trabalhadores no município motivou uma audiência pública na Câmara Municipal.
Em Alagoas, militantes do MST participaram do bloqueio de rodovia.
No Mato Grosso do Sul, sem-terra e indígenas da etnia Guarani-Kaiowá se uniram em protesto:
SERRAGLIO: “BADERNA GENERALIZADA”
Em Brasília, servidores do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), afetado por cortes do governo Temer, também participaram da greve geral.
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, não identificou uma greve no Brasil neste 28 de abril. Apenas uma “baderna generalizada“.
DO OUTRO LADO
Coube a um site sobre o agronegócio, o Agrosoft, identificar na greve geral uma “resistência ao governo Temer”.
Em entrevista à revista Globo Rural, porém, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, ironizou a mobilização de camponeses e trabalhadores rurais: “Sou produtor rural, não entendo de greve“.