Levantamento do observatório mostra como os membros da Frente Parlamentar da Agropecuária agiram durante o impeachment e na denúncia contra o presidente, em agosto
Por Alceu Luís Castilho
A maioria dos deputados da Frente Parlamentar da Agropecuária fez uma opção casada: derrubar Dilma Rousseff, em 2016, e salvar Michel Temer, em agosto. De Olho nos Ruralistas começou a contar essa história aqui: “Frente Parlamentar da Agropecuária compôs 50% dos votos do impeachment e 51% dos votos para manter Temer“. E continuou aqui: “Conheça os 124 deputados da FPA que derrubaram Dilma e mantiveram Temer“.
Mas 31 membros da FPA – a face mais organizada da bancada ruralista – votaram tanto no impeachment de Dilma, em abril do ano passado, como no prosseguimento da denúncia contra o presidente Temer por corrupção passiva, em 2017.
Pelo menos três desses nomes causam mais surpresa. São o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), um dos membros mais atuantes da FPA, Jerônimo Goergen (PP-RS) e Mandetta (DEM-MS). O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) foi outro destaque, por ter sido ministro da Justiça no início do governo Temer e expoente jurídico da bancada ruralista.
Chama também a atenção a quantidade de deputados capixabas – cinco – que apoiaram a queda da presidente, mas não demonstram estar satisfeitos com Temer. Talvez um efeito da decisão do governo de importar café – o Espírito Santo concentra grande quantidade de produtores no Brasil e lidera o lobby na Câmara em relação ao tema.
Vejamos a lista desses 31 deputados:
Região Norte:
-> Alan Rick (PRB-AC)
-> Rocha (PSDB-AC)
-> Arnaldo Jordy (PPS-PA)
-> César Halum (PRB-TO)
Região Centro-Oeste:
-> Augusto Carvalho (SD-DF)
-> Flávia Morais (PDT-GO)
-> Mandetta (DEM-MS)
Região Nordeste:
-> Gonzaga Patriota (PSB-PE)
-> Antônio Jácome (PTN-RN)
-> Jony Marcos (PRB-SE)
-> Laercio Oliveira (SD-SE)
Região Sudeste:
-> Carlos Manato (SD-ES)
-> Dr Jorge Silva (Pros-ES)
-> Evair de Melo (PV-ES)
-> Paulo Foletto (PSB-ES)
-> Sergio Vidigal (PDT-ES)
-> Júlio Delgado (PSB-MG)
-> Lincoln Portela (PRB-MG)
-> Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG)
-> Felipe Bornier (Pros-RJ)
-> Sergio Zveiter (PMDB-RJ)
-> Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ)
-> Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
Região Sul:
-> Diego Garcia (PHS-PR)
-> Leopoldo Meyer (PSB-PR)
-> Sandro Alex (PSD-PR)
-> Afonso Hamm (PP-RS)
-> Heitor Schuch (PSB-RS)
-> Luis Carlos Heinze (PP-RS)
-> Onxy Lorenzoni (DEM-RS)
-> Esperidião Amin (PP-SC)
-> Jorginho Mello (PR-SC)
Alguns deputados que votaram pelo impeachment de Dilma estavam aptos a votar em agosto na denúncia contra Temer, mas se ausentaram. São eles:
-> Wilson Filho (PTB-PB)
-> Roney Nemer (PP-DF)
-> Gilberto Nascimento (PSC-SP)
-> Luciano Ducci (PSB-PR)
-> Osmar Serraglio (PMDB-PR)
-> Giovani Cherini (PDT-RS)
Alexandre Leite (DEM-SP) votou contra Dilma, mas se absteve na votação contra o atual presidente.
Os deputados Evair de Melo (PV-ES) e Weliton Prado (PMDB-MG) compuseram a Comissão Especial que aprovou o pedido inicial de processo contra a presidente, antes da ida ao plenário.
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