Candidato do Novo não exibe nenhuma ideia para agricultura ou alimentação; Christian Lohbauer já foi diretor na Bayer, na Sociedade Rural Brasileira e presidiu CitrusBR
Por Leonardo Fuhrmann
O presidenciável do partido Novo, João Amoêdo, não apresentou propostas em seu plano de governo para a maioria dos temas relacionados à vida rural do Brasil. Não trata de questões de reforma agrária, proteção a povos tradicionais, garantias dos direitos alimentares, acesso à tecnologia, combate à pobreza e ao trabalho escravo, fim dos conflitos e nem de economia do campo.
Apesar de não citar diretamente os interesses do agronegócio, a candidatura de Amoêdo tem ligação direta com o setor. O vice-presidente de sua chapa, o cientista político Christian Lohbauer, trabalhava como diretor da Sociedade Rural Brasileira – uma das organizações mais antigas do setor, apoiadora do golpe de 1964 e pioneira na pressão pelo impeachment de Dilma Rousseff.
Lohbauer também já presidiu a Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Em 2013, ele deixou o cargo para assumir a Diretoria de Assuntos Corporativos da Bayer, a multinacional alemã com negócios na área. Antes, foi diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef).
Amoêdo é o mais rico entre os presidenciáveis. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral um patrimônio de R$ 425 milhões, a maior parte dele em investimentos no mercado financeiro.
Sobre o meio ambiente, Amoêdo apresentou quatro propostas: ampliação da energia renovável e fim dos subsídios às energias não renováveis; avanço no cadastro ambiental e aplicação do Código Florestal; redução do desmatamento ilegal da Amazônia; e saneamento de rios, praias e baías com o apoio da iniciativa privada.