Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) sobe o tom das declarações a favor do ministro da Saúde: “sua credibilidade se sobrepõe a qualquer outra orientação”, alfineta Alceu Moreira
Por Alceu Luís Castilho
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) teve papel decisivo na queda de Dilma Rousseff e, por duas vezes, na manutenção de Michel Temer no poder, durante os processos contra os ex-presidentes. Neste momento, durante a pandemia do coronavírus e em meio a um embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, o ruralista Luiz Henrique Mandetta, a frente pode ser decisiva para a permanência do político na pasta.
O presidente da FPA, deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), deu dois recados públicos neste fim de semana. No sábado, ele disse no Twitter que sempre admirou o ministro. “Agora que ele toma a frente de uma crise sanitária, fica mais evidente a sua competência”, escreveu. “A credibilidade das suas palavras se sobrepõe a qualquer outra orientação. Ele está seguro e enfático, totalmente baseado na medicina”.
Também no domingo, mas à noite, Alceu Moreira voltou a declarar apoio a Mandetta. E deixou claro que não falava somente em seu nome, mas em nome da frente parlamentar: “O número de mortes no Brasil aumenta a cada dia”, escreveu, novamente no Twitter Além das famílias que perderam entes queridos para o coronavírus, quero prestar solidariedade também ao ministro Mandetta. Nós da @fpagropecuaria somos gratos e temos convicção dos rumos otimistas do trabalho que ele está conduzindo”.
Notícias publicadas nos grandes jornais, nos últimos dias, mostram o conflito entre Bolsonaro e Mandetta. O ministro perguntou ao presidente: “Estamos preparados para o pior cenário, com caminhões do Exército transportando corpos pelas ruas?” No UOL, nesta segunda-feira (30), o jornalista Tales Faria informou que Bolsonaro disse estar “de saco cheio” de Mandetta.
Luiz Henrique Mandetta foi indicado ao cargo pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Ambos são do DEM, assim como a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
Em 2016 e 2017, os votos da Frente Parlamentar da Agropecuária fizeram diferença, contra e a favor, nas votações relativas a processos contra Dilma Rousseff e Michel Temer: “Frente Parlamentar da Agropecuária compôs 50% dos votos do impeachment e 51% dos votos para manter Temer“.