CPI da Funai e do Incra: como Maia não prorrogou, ruralistas criaram outra

In Bancada Ruralista, De Olho na Política, De Olho no Agronegócio, Em destaque, Últimas

Primeira CPI não teve relatório e a nova Comissão vai até dezembro; deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) conta que composição está sendo definida; presidente será novamente Alceu Moreira (PMDB-RS)

Em entrevista ao Canal Rural, controlado pelo grupo JBS, o deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC) contou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tinha se comprometido em prorrogar a CPI da Funai e do Incra, que funcionou durante 120 dias. Mas, “qual não foi a surpresa”, não o fez. Ela foi arquivada. Por isso os ruralistas – interessados em diminuir o poder dos dois órgãos – criaram outra CPI, com 195 novas assinaturas.

A presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito deverá continuar com o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS). O relator será o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), com o próprio Colatto relatando a parte da Funai e a deputada Tereza Cristina (PSB-MS), a do Incra. Todos ruralistas, pertencentes à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Um dos objetivos da CPI, segundo o deputado catarinense, é dar a titularidade definitiva das terras aos assentados – o que vai ao encontro do que vem sendo dito pelo presidente Michel Temer e contra a política de reforma agrária construída nas últimas décadas. Por isso o foco na venda irregulares de lotes e no suposto controle que o MST teria dos assentamentos.

DEOLHO ANALISA:
A lógica de não se se ter o título de um assentamento é que essas terras não podem ser vendidas. Por não serem mercadoria, para o assentamento efetivo dos camponeses.  Colatto alega que os assentados não têm como receber financiamento – não é bem assim – e dá como exemplo assentados em Santa Catarina que não têm como receber aviários do frigorífico Aurora. Mas a lógica da reforma agrária não é a de atender o agronegócio. E sim a de favorecer a autonomia dos camponeses. A CPI volta para tentar tirar o poder de camponeses, indígenas e quilombolas (em particular, desacreditar o MST) e fortalecer o poder econômico.

You may also read!

Flávio Bolsonaro repete em vigília trio elétrico dos atos golpistas

Imagens mostram carro da empresa atrás do senador, durante ato no sábado em apoio ao pai; Trio Coyote foi

Read More...

COP30: restauração do Cerrado anunciada pelo BTG Pactual inclui 130 mil hectares de eucalipto

Responsável pelo desmatamento de 1,2 mil hectares, por meio da controlada BRPec, banco de André Esteves assinou parcerias com

Read More...

COP30: denunciada na OCDE, Bayer organiza debate sobre “melhores práticas” em direitos humanos

Relatório "A COP dos Lobbies" mostra como empresas usam a conferência climática em Belém para lavar imagem ambiental; gigante

Read More...

Leave a reply:

Your email address will not be published.

Mobile Sliding Menu