Reserva de 164 mil hectares no MT perde 65% do tamanho

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ISA divulga decisão tomada pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso; área excluída era utilizada pelos extrativistas; AM e PA também são alvos

O programa de Monitoramento de Áreas Protegidas do Instituto Socioambiental (ISA) divulgou nesta terça-feira (28/03) que 107 mil dos 164 mil hectares da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, no Mato Grosso, foram reduzidos pela Assembleia Legislativa, em dezembro. A Resex criada em 1996 – uma das mais antigas da Amazônia – possui agora 57 mil hectares. A redução é de 65%.

Trezentos seringueiros vivem na reserva, a única do Mato Grosso. Ela tinha sido ampliada em 2015. Mas a ampliação não durou dois anos. Segundo o ISA, há 84 Cadastros Ambientais Rurais (CAR) na área excluída – a de 107 mil hectares. Confira aqui a notícia: “Reserva no Mato Grosso é nova vítima de políticos“.

Os moradores dizem que a redução dá sinal verde para a exploração ilegal de madeira e para a pesca ilegal. Os presidentes das associações Rio Guariba e Rio Roosevelt afirmam ao ISA que o trecho excluído garantia as atividades de extração do látex, da castanha e do óleo de copaíba. “Muitos seringais e castanhais nativos ficaram fora da área desafetada”, noticia a organização.

PORTEIRA ABERTA

O ISA conecta essa redução no Mato Grosso a outras medidas que visam diminuir as áreas protegidas. No Amazonas, políticos pressionam o governo federal. Um dos beneficiados por redução no sul do estado seria o senador Ivo Cassol (PP-RO). No Pará, Unidades de Conservação tiveram seus limites reduzidos em dezembro por uma Medida Provisória do governo Temer. A ONG Imazon diz que a redução de uma dessas UCs, a Floresta Nacional do Jamanxim, beneficia grileiros recentes.

O Eco contou em fevereiro, com detalhes, a história da destruição dessa floresta. Segundo o Imazon, o número de Cadastros Ambientais Rurais na área da Flona Jamanxim aumentou seis vezes, entre 2010 e 2016, de 55 para 352. A Unidade de Conservação foi reduzida de 1,3 milhão de hectares para 558 mil. Ou seja, 57% foram excluídos pela decisão do governo federal.
Abaixo, fotos tiradas pelo Greenpeace na região:

Floresta Nacional do Jamanxim, queimada e desmatada. (Foto: Daniel Beltra/Greenpeace)

 

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