Observatório sobre agronegócio quer ultrapassar meta de mil assinantes e pede apoio dos leitores; vídeo questiona comercial “agro é pop” e mostra o que já foi feito com os recursos
“O agro não é pop. O agro não é tudo”. Assim começa o vídeo da campanha de assinaturas do De Olho nos Ruralistas para o período 2018/2019. Observatório jornalístico sobre agronegócio no Brasil, o projeto depende da contribuição dos leitores para se manter no ar. A campanha anterior permitiu que se chegasse a 500 assinantes. Em ano eleitoral, a meta de mil assinantes se torna necessária para que a equipe possa fazer uma cobertura eleitoral ampla – em um país onde a bancada ruralista se mostra decisiva para derrubar ou manter presidentes.
Confira aqui o vídeo:
As assinaturas partem do valor de R$ 12 mensais. Com isso o leitor recebe um boletim semanal, com uma seleção das notícias publicadas nos boletins diários De Olho no Ambiente, De Olho no Agronegócio, De Olho na Comida e nos Conflitos. Para receber os boletins diários é preciso aderir aos planos de R$ 25 (um boletim), R$ 50 (dois), R$ 75 (três) e R$ 100 (quatro) mensais. Entre outras contrapartidas. A página da campanha pode ser acessada aqui: “De Olho nos Mil Parceiros“.
O novo vídeo de campanha mostra algumas das realizações do observatório em 2016 – quando foi ao ar após uma campanha de financiamento coletivo – e em 2017/2018, quando foi adotado o sistema de assinaturas. Alguns projetos, como o De Olho no Paraguai, o De Olho nos Retrocessos e o documentário “Sem Clima – uma República controlada pelo agronegócio“, tiveram financiamentos específicos. As assinaturas podem ser mensais ou anuais, com desconto de dois meses (R$ 120 por ano, R$ 250 por ano) para quem optar pela assinatura anual.
Uma das recompensas para os assinantes será uma publicação sobre os retrocessos do governo Temer em relação à questão agrária. O ebook será baseado na cobertura feita pelo observatório e mostrará os tentáculos da bancada ruralista no Legislativo e no Executivo. No ano passado o observatório mostrou que ela foi decisiva para derrubar Dilma Rousseff e manter Michel Temer no poder: “Frente Parlamentar da Agropecuária compôs 50% dos votos do impeachment e 51% dos votos para manter Temer”.
A cobertura jornalística do De Olho nos Ruralistas coloca ênfase no poder político e econômico dos ruralistas, observando os impactos sociais e ambientais do agronegócio. Ao longo de um ano e meio, foram feitas reportagens e vídeos sobre personagens importantes da cena brasileira, como Eliseu Padilha, Eike Batista, Oscar Maroni, Teori Zavascki e o grupo JBS.
Entre as notícias veiculadas estiveram um massacre em terras de índios isolados; a dívida quase trilionária dos proprietários de terra; uma apreensão de agrotóxicos ilegais na fazenda de uma multinacional japonesa; e, meses antes da Operação Carne Fraca, o anúncio da flexibilização da vigilância sanitária pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Em 2016, o observatório publicou uma série sobre os candidatos (madeireiros, pecuaristas) no Arco do Desmatamento. Em 2018, o portal identificará e detalhará os conflitos de interesse dos parlamentares ruralistas, conforme a fronteira recorrente entre os interesses público e privado. E, a partir de outubro, mostrará – de forma inédita – quem são os parlamentares eleitos, num raio X da nova bancada ruralista. Para isso, conta com o aumento do número de assinantes.
Outro projeto em 2018 será o De Olho no Mato Grosso do Sul. O observatório fará um diagnóstico da propriedade de terras no estado, recordista nacional de propriedades privadas em relação ao território: “Com 92% do território privado, MS tem maior concentração de terras particulares do país“. Esse projeto foi um dos 16 selecionados pelo edital “Jornalismo Investigativo e Direitos Humanos“, do Fundo Brasil de Direitos Humanos. O cotidiano dos povos indígenas, como os Guarani Kaiowá, Nhandeva e Terena, será o contraponto ao poder político e econômico dos ruralistas.
De Olho nos Ruralistas surgiu de forma experimental, em 2013, como desenvolvimento de um ciclo de debates sobre o livro “Partido da Terra – como os políticos conquistam o território brasileiro” (Contexto, 2012), sobre o sistema político ruralista em curso no Brasil. O autor do livro, jornalista Alceu Luís Castilho, é o coordenador e editor-chefe do observatório, que aposta no jornalismo de dados como um dos instrumentos para uma identificação mais precisa do agronegócio e de seus tentáculos políticos.
Para fazer sua assinatura clique aqui. Para divulgar o vídeo da campanha De Olho nos Mil Parceiros, aqui.