Relatório da Organização Internacional do Trabalho diz que 56% dos trabalhadores nas áreas rurais da região – e do Caribe – estão em situação de vulnerabilidade, contra 27% nas áreas urbanas
A taxa de pobreza rural atinge 46,2% da população da América Latina e do Caribe, informou no dia 20 a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ela afeta 60 milhões de pessoas no campo. A taxa de pobreza urbana nessa região é de 23,8%.
A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) informa que 56% dos 52 milhões de trabalhadores rurais caribenhos e latino-americanos estão em situação de vulnerabilidade (salários baixos, pobreza, poucas proteções sociais) nas áreas rurais. O dobro do constatado nas áreas urbanas, 27%.
O diretor-regional da OIT para a América Latina e Caribe, José Manuel Salazar, disse que as zonas rurais recebem menos investimentos públicos e privados em infraestruturas produtivas e sociais.
A cobertura de saúde da população rural, de 37%, também é menor que a observada nas cidades, que têm um índice de 56%. No caso da aposentadoria, o acesso nas áreas rurais é de 26,5%, contra 56,3% nas áreas urbanas. O desemprego urbano nos 14 países analisados (7,6%), porém, é maior que o desemprego rural, de 3,1%.
O estudo da OIT diz que em alguns países a multa para empresas que não pagam o salário mínimo são tão baixas que convém economicamente a elas pagar as multas em vez dos salários. “Há indicações de que este fenômeno é bastante generalizado na região”, diz o relatório.
O Brasil é definido como uma economia rural em transição. O país tem uma das maiores taxas da região (48,5%) de trabalhadores rurais que dizem trabalhar “por conta própria”. Outros 28,6% são assalariados privados. E a porcentagem dos que se declaram empregadores – ainda no que se refere ao campo – é uma das menores entre os países analisados: de apenas 1,6%.