Dono de frigorífico, senador Cidinho Santos (PR-MT) fala em modernização de leis trabalhistas “para atender agronegócio”; projeto de lei também prevê terceirização
O título feito pela assessoria de imprensa do senador Cidinho Santos (PR-MT) é significativo: “Proposta do senador Cidinho Santos moderniza leis trabalhistas para atender agronegócio“. “Modernizar”, no caso, quer dizer a autorização para “jornadas de trabalho flexíveis”, com carga horária mais extensa em determinadas épocas: preparo de solo, plantio, colheita, manejo produtivo e engorda da pecuária. Sem falar nas “situações de emergência”.
Dono de empresas agropecuárias, Santos é o suplente do ministro Blairo Maggi (PP-MT). Foi eleito em 2010, com patrimônio declarado de R$ 6,5 milhões. Ele tinha, na época, quatro áreas rurais que somavam 874 hectares. E, principalmente, metade do capital do frigorífico União Avícola Agroindustrial, no valor de R$ 5,4 milhões, além da participação em outra empresa agropecuária, a MC. É réu no escândalo que ficou conhecido como “máfia das sanguessugas”, pelo suposto superfaturamento de ambulâncias no período em que foi prefeito de Nova Marilândia.
O senador informa que o projeto – que altera uma lei de 1973 – foi feito após amplo debate com o Ministério da Agricultura, comandado por Maggi, com representantes do agronegócio e trabalhadores rurais. “O campo tem uma dinâmica diferente do trabalho nas cidades”, justifica Santos.
A proposta também prevê a terceirização no meio rural.