O Eco mostra que ministério só terá R$ 447 milhões dos R$ 782 milhões previstos, diante dos cortes coordenados por Henrique Meirelles
A repórter Daniele Bragança, do site especializado em meio ambiente O Eco, mostra que o Ministério do Meio Ambiente terá R$ 335 milhões a menos, em 2017, em relação aos R$ 782 milhões previstos para custeio e investimento. Ou seja, 43% menos. Isto após o desmatamento na Amazônia, no ano passado, ter aumentado 29%. Confira aqui a notícia: “Governo corta 43% do orçamento do Ministério do Meio Ambiente“.
As contas são as impostas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que na semana passada cortou R$ 42 bilhões do atual orçamento da União. O MMA é apenas uma das vítimas – mas uma das que têm maior repercussão internacional. O ministro Zequinha Sarney (PMDB), antigo líder da bancada socioambiental na Câmara, é um desafeto da bancada ruralista.
Restarão na pasta, em 2017, R$ 446,5 milhões. “Menos de meio bilhão que deverá dar conta dos combustíveis utilizados nos veículos do Ministério e das autarquias, principalmente o Ibama e o ICMBio, nas ações de comando e controle contra o desmatamento na Amazônia (…) e no combate a incêndios dentro das Unidades de Conservação”, enumera o site.
O Eco observa que o Instituto Chico Mendes (ICMBio) administra 326 Unidades de Conservação federais. E que a pasta já vinha tendo seu orçamento estagnado – ou diminuído – desde 2003, conforme pesquisa feita pelos economistas Carlos Eduardo Young e Marcio Alvarenga Junior, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É deles o gráfico que ilustra esta notícia.
“Não devemos discutir o contingenciamento somente a partir dessa perspectiva dessa crise fiscal recente, que é pontual”, afirma Alvarenga ao site. “Mesmo em momentos de crescimento do ciclo econômico, de arrecadação, isso já é um movimento verificado”. Ele assinala que a demanda da pasta aumentou (mais licenciamento, mais UCs para proteger), sem contrapartida no orçamento.