Documentário “Sem Clima” é um dos 28 selecionados do Cine Agroecologia 2017, em Brasília

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Filme lançado pelo De Olho nos Ruralistas fala de mudanças climáticas e bancada ruralista; será exibido na quarta-feira, durante o 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia

A censura promovida pelos ruralistas saiu pela culatra. O documentário “Sem Clima – uma República controlada pelo agronegócio“, lançado em março pelo De Olho nos Ruralistas e exibido em mais de 20 pontos pelo país, foi um dos 28 selecionados pelo Cine Agroecologia, entre 115 curtas, médias e longa metragens da América Latina. Ele será exibido durante o 10º Congresso Brasileiro de Agroecologia e 6º Congresso Latino-Americano de Agroecologia, que acontecem simultaneamente entre terça-feira (12) e sexta-feira (15) em Brasília.

“Sem Clima” será exibido na quarta-feira (13), às 14 horas. A curadoria do Cine Agroecologia é composta por um professor de Agroecologia do Instituto Federal de Goiás (IFG), Diogo de Souza Pinto; por dois estudantes de Cinema e Audiovisual do IFG-Goiás; por dois representantes do Mídia Crioula, um coletivo de comunicação agroecológica; pela produtora visual Dagmat Talga e por Leonis da Silva Junior, estudante de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Confira aqui a programação.

O filme começou a ser feito no ano passado, já com a proposta de relacionar as mudanças climáticas às atividades dos parlamentares no Congresso. Durante a apuração, a equipe do observatório foi expulsa da sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma mansão no Lago Sul em Brasília, por representantes de entidades do agronegócio: “Almoço da bancada ruralista tem ira de deputados e expulsão de repórteres“.

O documentário de 41 minutos mostra esses momentos de tensão em contraponto à discussão serena promovida por deputados socioambientalistas – Alessandro Molon (Rede-RJ), Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), Nilto Tatto (PT-SP) – e por representantes de organizações que acompanham com atenção os temas ambientais, como o Instituto SocioAmbiental, o Greenpeace e o Observatório do Clima. Das decisões tomadas no Acordo de Paris às opiniões de deputados ruralistas, como Alceu Moreira (PMDB-RS) e Luis Carlos Heinze (PP-RS).

NA ABERTURA, HOLANDÊS E QUEBRADEIRA DE COCO

A conferência inaugural do Congresso de Agroecologia, na manhã de terça-feira, será sobre o papel da agroecologia na transformação dos sistemas agroalimentares na América Latina. Entre os debatedores estarão Dona Dijé, do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, no Maranhão, e Jan Vander Ploeg, da Universidade de Wageningen, na Holanda. Completam a mesa o chileno Agustín Infante Lira, do Centro de Educação e Tecnologia, e Irene Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Agroecologia.

O evento no Centro de Convenções Ulysses Guimarães terá, em meio aos debates sobre agroecologia e temas relacionados (como o uso de agrotóxicos), a Feira Agroecológica e da Biodiversidade, um Encontro Internacional de Guardiões e Guardiãs de Sementes Crioulas, a Feira de Troca de Sementes Crioulas e várias outras atividades culturais, como apresentações de teatro, dança e música. A plenária final será realizada na tarde de sexta-feira (15).

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