Sete passageiros das etnias Tiriyó e Akuriyó desapareceram no dia 2 entre Laranjal do Jari e a Aldeia Mataware; Exército seguiu decisão da Força Aérea e diz não ter condições de buscar o piloto, a aeronave e os indígenas
Por Leonardo Fuhrmann
A Força Aérea Brasileira (FAB) e o Exército anunciaram na última segunda-feira (17/12) o abandono às buscas de um avião desaparecido desde o dia 2. No monomotor Minuano, de prefixo PT-RDZ, estavam o piloto e sete indígenas – cinco deles da etnia Tiriyó e dois Akuriyó – num trajeto entre a aldeia Mataware, no Parque do Tumucumaque, e o município de Laranjal do Jari, no Amapá. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), o voo era clandestino, pois o trajeto que seria percorrido pelo piloto não foi registrado.
Em notícia publicada no G1, a FAB informa que foi coberta uma área de 12.550 km², em 128 horas de voo – menos de dez horas por dia, durante 14 dias – de buscas feitas com as aeronaves SC-105 Amazonas SAR, C-130 Hércules e o helicóptero H-60 Black Hawk.
O Exército também cancelou as buscas após a decisão da FAB, com o argumento de que não tinha suporte de aeronaves para cobrir uma área tão extensa. Segundo ambos, as buscas não foram encerradas e estão a cargo de um grupo de indígenas e de garimpeiros.
A região da Aldeia Mataware só é acessível de canoa ou avião. A primeira opção pode demorar até quatro dias e a segunda custa caro. A locação de uma aeronave pode valer até R$ 3 mil por hora. De acordo com servidores da Funai, a família da etnia Tiriyó locou o avião para resolver problemas burocráticos e bancários em Macapá.
A aeronave contratada pelos indígenas partiu do município de Laranjal do Jari e seguia para a Aldeia Mataware, no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque. A região de mata fechada, na fronteira com o Suriname, dificulta a busca das equipes da FAB, que não conseguem precisar a área de queda nem como foi o pouso forçado da aeronave, já que não há um registro formal do plano de voo. Desde então, não houve nenhum contato com o piloto ou passageiros.
A região da Aldeia Mataware só é acessível de canoa ou avião. A primeira opção pode demorar até quatro dias e a segunda custa caro. A locação de uma aeronave pode valer até R$ 3 mil por hora. De acordo com servidores da Funai, a família da etnia Tiriyó locou o avião para resolver problemas burocráticos e bancários em Macapá.