Muito utilizado na agricultura em vários países, entre eles Brasil, pesticida pode desencadear também o surgimento de doenças endócrinas, entre outras patologias; rede de cafeterias deixava substância perto de alimentos
A NBC News informa que a rede de cafeterias Starbucks – a maior do mundo – sofreu duas ações judiciais na terça-feira (20), em Nova York, por conta de denúncias de dez clientes que alegaram ter sido expostos, em algumas lojas, ao pesticida DDVP, fabricado pela Spectrum Brands. DDVP ou Diclorvós são os nomes comerciais do inseticida organofosforado 2,2 diclorovinil dimetilfosfato, muito usado em produções agrícolas, para controlar insetos em áreas de armazenamento de grãos, e no combate a vários tipos de pragas domésticas.
Segundo os clientes, que entraram com uma ação coletiva contra a empresa, a Starbucks usou, em várias lojas de Nova York, nos últimos três anos, diversas tiras do inseticida, comercializado com o nome de Hot Shot No-Pest Strips, para afugentar baratas e outras pragas. O DDVP estava exposto, segundo as denúncias, próximos de alimentos.
As substâncias contidas no organofosforado são emitidas para a atmosfera e, pelas suas características, o inseticida só pode ser utilizado em lugares fechados quando não há pessoas. Para o controle de pragas, são considerados altamente eficientes e amplamente utilizados. Mas há riscos para animais: em 2010, ficou comprovado que onze vacas leiteiras morreram, em Cuiabá, por intoxicação causada por organofosforado.
Existem estudos comprovando que, no organismo humano, o organofosforado tem potencial de alterar genes e células, em estreita relação com o surgimento de diversos tipos de câncer. Também promove alterações endócrinas e no aparelho reprodutor.
Utilizados no Brasil em larga escala, os produtos que contêm o princípio ativo do pesticida estão proibidos no Reino Unido (desde 2012), Índia (desde 2013) e Argentina (desde o ano passado).