O próprio Ministério da Agricultura informa que não há nem Unidade da Federação definida para a fábrica da multinacional UPL; ou seja, não há como falar, ainda, em licenciamento ambiental
O Ministério da Agricultura informa: “Empresa indiana vai investir R$ 1 bi no Brasil“. Em uma fábrica de agrotóxicos. Trata-de da UPL, uma empresa que já está no Brasil, com sede em Campinas (SP) e fábrica em Ituverava (SP). O anúncio foi feito durante uma viagem do ministro Blairo Maggi à Ásia – ele já passou por China, Coreia do Sul, Malásia, Myanmar, Tailândia e Vietnã. “O local ainda será definido”, informa o ministério.
O ministério trata como favas contadas algo que precisa de licenciamento ambiental para ser efetivado. Como não não há nem uma Unidade da Federação definida, não pode haver nenhuma definição nesse sentido.
A multinacional UPL produz agrotóxicos – que o ministério chama de “defensivos agrícolas” – em 28 fábricas localizadas em 86 países. É uma das dez maiores do mundo no setor. No Brasil, porém, não é esse o único interesse.
No ano passado, a UPL adquiriu 60% da SinAgro, distribuidora mato-grossense de agrotóxicos, mas também dona da Serra Bonita Sementes – junto com a Fiagril – e comercializadora de soja e milho. A empresa atua em quatro estados: MT, MS, GO e BA. Com uma área de atendimento de 2,3 milhões de hectares.
O CEO da UPL disse, na ocasião, que havia muito tempo a empresa procurava áreas de plantio no Brasil. A empresa tinha no ano passado, sozinha, 63 mil hectares de plantio de soja, milho e algodão em Primavera do Leste (MT) e no Vale do Araguaia. Ele também disse que a SinAgro, com a UPL, manteria a suíça Syngenta como “bandeira número 1″ de suas revendas”.
A Fiagril foi comprada, em abril, pela chinesa Hunan Dakang. Assim que deixou de ser interino, o governo Temer anunciou investimentos dessa empresa no Brasil.
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