Empresas que comercializam agrotóxico dizem educar para a aplicação correta

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Iniciativa 2,4-D reúne empresas de agrotóxicos para defender produto usado no Agente Laranja (Divulgação)

Embora substância esteja presente no Agente Laranja, grupo Iniciativa 2,4-D afirma que era outra molécula a responsável pela queda de folhas na Guerra do Vietnã

Em resposta à notícia “Composto do Agente Laranja começa a contaminar o Mato Grosso”, a Iniciativa 2,4-D, um grupo formado por representantes das empresas Nufarm, Albaugh e Corteva Agriscience™, divisão agrícola da DowDuPont, enviou à redação uma resposta, informando que o uso do 2,4-D não é proibido no Brasil e que possui registro federal há mais de 70 anos, além de cadastro em todos os estados da União de acordo com as legislações específicas.

O grupo questiona também a associação do produto à utilização como desfolhante na Guerra do Vietnã. Não nega que o 2,4-D estava presente no Agente Laranja, mas juntamente com outra molécula, o 2,4,5-T, componente apontado por pesquisadores estadunidenses como “de maior preocupação, em função de sua possível contaminação por dioxina”, o que levou, há mais de trinta anos, à proibição da substância.

Por fim, o Iniciativa 2,4-D lembra que seu propósito é gerar informação técnica sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas.

Leia abaixo a íntegra da nota:

“A Iniciativa 2,4-D, plataforma voltada para orientar sobre o uso correto da molécula em questão e, com base em estudos científicos, tem profundo respeito pelo conteúdo e discussões propostas por este importante espaço de debates, que trata com grande propriedade dos diversos temas ligados ao meio ambiente em especial.

Por esse motivo, nos preocupamos ao ver a matéria ‘Composto do Agente Laranja começa a contaminar o Mato Grosso’, veiculada nesta semana. Há no texto informações equivocadas sobre o histórico de uso da molécula.

Uma das principais discussões sobre o 2,4-D é sobre a associação do produto na utilização como desfolhante na Guerra do Vietnã. Segundo posicionamento do USDA, Departamento de Agricultura dos EUA, o 2,4-D estava presente no Agente Laranja, porém juntamente com outra molécula, o 2,4,5-T.

Pesquisadores concluíram que o 2,4,5-T foi o componente de maior preocupação, em função de sua possível contaminação por dioxina. Como resultado, a comercialização (produção e registro) do 2,4,5-T foi descontinuada há quase 30 anos, enquanto o 2,4-D continua a ser um dos herbicidas mais confiáveis e utilizados em todo o mundo.

O uso do 2,4-D não é proibido no Brasil. Esta molécula possui registro federal em nosso país há mais de 70 anos, bem como cadastro em todos os Estados da União de acordo com a legislação específica de cada um. A utilização de 2,4-D é recomendada para a cultura da soja pelas Comissões Oficiais de Pesquisa de Soja das Regiões Sul, Central e de áreas de Cerrados. Além da soja, é bastante utilizado em culturas de milho, trigo, arroz, café e cana-de-açúcar.

É importante esclarecer que a aplicação do herbicida é segura para a saúde humana quando feita adequadamente, de acordo com rótulo e bula. A molécula possui registro em quase 100 países, com mais de 40 mil estudos desenvolvidos, e é mundialmente reconhecida como uma ferramenta básica na agricultura moderna, apresentando um dos melhores perfis toxicológicos disponíveis no mercado e uma solução insubstituível na operação de pré-plantio ou dessecação das plantas daninhas.

Esperando e conhecendo a responsabilidade social deste canal, deixamos aqui nosso pleito para que esta informação seja corrigida e, caso haja novas publicações sobre o tema, estamos à disposição para esclarecimentos com o devido embasamento técnico e científico para o caso”.

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