Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS) diz que eles publicaram balanços com mais de R$ 50 bilhões em lucros “e até agora não contribuíram com nada”
Por Alceu Luís Castilho
O deputado Alceu Moreira (MDB-RS) chegou à presidência da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) como um dos líderes mais virulentos da bancada ruralista. Costumava falar em “esquerdopatas” e adotar discurso de enfrentamento aos movimentos sociais do campo e organizações não-governamentais. Fez parte da base de apoio do presidente Michel Temer e esteve entre os que organizaram o apoio da FPA ao presidente Jair Bolsonaro, ainda durante a campanha.
Na manhã desta terça-feira, após a declaração desastrada de Bolsonaro em rede nacional de televisão, ele voltou-se contra os bancos. Confira:
Em 2014, Moreira conclamou fazendeiros contra os povos indígenas, no Rio Grande do Sul. Foi no mesmo evento em que seu colega gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) referiu-se a gays, lésbicas, índios e quilombolas como “tudo o que não presta”. Confira aqui perfil de ambos feito pelo De Olho nos Ruralistas durante a última campanha eleitoral, em 2018: “Influentes e virulentos, ruralistas gaúchos tentam manter poder no Congresso e no Executivo“.
Em 2016, durante almoço da FPA em Brasília, atendeu com hostilidade à reportagem do observatório, com críticas a organizações não-governamentais como o Greenpeace e em defesa da venda de terra para estrangeiros, pouco antes de os repórteres serem expulsos pelo principal executivo da frente:
Os bancos estão entre os financiadores indiretos da Frente Parlamentar da Agropecuária, por meio de organizações como a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag): “Multinacionais são financiadoras ocultas da Frente Parlamentar da Agropecuária“.