FHC, o Fazendeiro – Braço usineiro da Odebrecht diz plantar em Unidades de Conservação

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Relatório da safra 2016/17 da Atvos Agroindustrial informa que empresa planta cana, em terras próprias ou arrendadas, em 83 mil hectares em UCs ou no entorno delas

Por Alceu Luís Castilho

Em seu relatório sobre a safra 2016-17, a Odebrecht Agroindustrial – agora Atvos – informou possuir “algumas áreas de plantio (próprias ou arrendadas) em Zonas de Amortecimento, Áreas de Preservação Ambiental (APAs) e no entorno de outras unidades de conservação”.

Em outros relatórios, como o de 2015, essa informação estava amortecida: falava-se apenas em “entorno” de Unidades de Conservação – o que não é o caso das APAs, por exemplo.

Confira um trecho do documento, selecionado pelo observatório:

A Odebrecht foi uma das financiadoras da criação do Instituto FHC, hoje Fundação FHC, defensora da sustentabilidade no agronegócio: “FHC, o Fazendeiro – Saiba onde estão os empresários que bancaram a criação da Fundação FHC, em jantar no Palácio da Alvorada”.

O patriarca Emílio Odebrecht disse que financiou campanhas do ex-presidente com caixa 1 e caixa 2. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nega que tenha qualquer relação com a empresa.

CANA EM NASCENTES DO PARQUE NACIONAL DAS EMAS

A área total de plantio em Unidades de Conservação ou no entorno delas, na penúltima safra, somou 83.946 hectares. Enumeremos, como a própria empresa fez, de acordo com a região:

Parque das Emas. (Foto: Divulgação)

-> 2.480 hectares em Teodoro Sampaio (SP), perto do Parque Morro do Diabo e da Estação Ecológica Mico-Leão-Preto;

-> 392 hectares em Mato Grosso do Sul, na Área de Proteção Ambiental das Várzeas do Rio Ivinhema;

-> 939 hectares na Zona de Amortecimento do Parque Nacional das Emas, em Mineiros (GO).

-> 46.014 hectares em Zonas de Amortecimento ligadas às nascentes do próprio Parque Nacional das Emas e dos Rios Sucuriú e Taquari;

-> 4.164 hectares na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Alto Paraguai, no Pantanal.

-> 29.957 hectares em três APAs municipais, nas nascentes dos Rios Araguaia, Ninho das Águas e Ribeirão do Sapo, no Mato Grosso.

“Todas essas áreas de conservação são relevantes para a preservação do Cerrado e de nascentes na região”, informou a empresa em relação aos últimos itens.

LEIA A SÉRIE COMPLETA:
“FHC, o Fazendeiro – tudo sobre as terras da família, os amigos pecuaristas e a Odebrecht”.

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