Madeireira diz que apreensão na Operação Pátio ocorreu por “diferenças burocráticas”

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A madeira apreendida em Tietê. (Foto: Ibama)

Empresa que tem Vaticano como cliente critica notícia veiculada pelo Estadão, sobre “maior apreensão de madeira da Amazônia em SP”, e aponta distorção de informações pela imprensa

A empresa madeireira Indusparquet enviou ao De Olho nos Ruralistas um email em resposta à seguinte notícia publicada ontem pelo observatório, sobre apreensão feita pela Polícia Federal e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama): “Alvo de apreensão recorde de madeira ilegal, empresa orna casa do papa com seus pisos“.

A correspondência contém uma nota oficial da empresa – atualizada em relação à resposta dada ao Estadão, utilizada em nossa reportagem – e um esclarecimento adicional.

Segue inicialmente a nota, assinada pelos dois principais sócios da empresa, José Antonio Baggio e Luiz Francico Uliana:

“No período de 24 a 30 de maio, a Indusparquet e outras madeireiras foram alvo da Operação Pátio, conduzida pelo Ibama, e que teve como objetivo combater eventuais fraudes no sistema de vendas de madeira proveniente da Amazônia.

Segundo o relatório de apuração do Ibama, a Indusparquet foi autuada por infrações administrativas ambientais [a empresa coloca em maiúscula, na nota original, as três últimas palavras] o que significa diferenças burocráticas nos controles internos da empresa, como por exemplo, a transferência de produtos da fábrica para o depósito (filial).

Houve divergência na contagem física do estoque de madeira comparando-se à contagem realizada pelos fiscais do Ibama, ou seja, a conversão de produto intermediário e acabado para madeira bruta resultou em um crédito virtual acima do saldo do estoque físico.

Lamentavelmente, foram divulgadas na mídia e nas redes sociais informações distorcidas sobre o resultado da apuração no estoque da Indusparquet. Estamos trabalhando incansavelmente para identificar essas divergências burocráticas o mais rápido possível, e assim normalizar a emissão do Documento de Origem Florestal (DOF) e entrega dos pedidos, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Com mais de 48 anos de atuação no mercado de madeiras local e internacional, nossa empresa é líder na fabricação de pisos de madeira tropical no país, tendo como pilares a sustentabilidade, a qualidade de seus produtos e o respeito aos clientes, parceiros e colaboradores. Reforçamos nosso compromisso de trabalhar somente com madeiras provenientes de origem legal regularizada pelo Ibama”.

ASSESSORIA DIZ QUE NOTÍCIA DO ESTADÃO É INCONSISTENTE

A agência de relações públicas da Indusparquet informa que, com base no relatório do Ibama, a Indusparquet teria cometido uma infração administrativa, “sem citar qualquer ilegalidade da madeira utilizada pela empresa”.

Segundo a jornalista Isabella Brandileone, a notícia do Estadão – “Ibama faz apreensão recorde de madeira ilegal da Amazônia em SP” – contrapõe-se à afirmação interna, que diz: “Foram recolhidos 1,818 mil metros cúbicos de madeira serrada sem comprovação de origem.”

“Perceba, portanto, que existem inconsistências nessa matéria mal apurada”, completa a assessora de imprensa.

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