De Olho nos Ruralistas faz quatro anos e pede apoio para cobertura de eleições

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Observatório foi ao ar em setembro de 2016 e se afirmou na imprensa independente como veículo especializado em agronegócio e seus impactos; campanha de assinantes visa também manutenção de equipe para os próximos anos, em meio ao autoritarismo crescente no país

Por Alceu Luís Castilho

De Olho nos Ruralistas pede apoio de seus leitores para o início de um novo ciclo. O observatório acaba de chegar a quatro anos, contada a inauguração de seu site, em setembro de 2016. Houve uma pré-história, em 2013 e 2014, quando se ensaiava o projeto de rastrear os dados sobre o agronegócio e o universo ruralista. Desde 2016, essa pratica foi sistematizada e levou o veículo a multiplicar seus projetos, da elaboração de reportagens especiais à produção de um livro sobre Fernando Henrique Cardoso, “O Protegido“.

Ao reconhecimento da qualidade do trabalho se sobrepõem ameaças. Desde a expulsão física de repórteres na mansão da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília, ainda no fim daquele ano, até a pressão jurídica — mesmo que as reportagens tenham interesse público e estejam embasadas, até mesmo a partir de documentos igualmente públicos. O trabalho do observatório incomoda muita gente. E esse trabalho só faz sentido precisamente por dar nome aos atores políticos e econômicos que fazem a história de nossa violência agrária.

Por isso a campanha De Olho nos Mil Parceiros volta ao ar com certo sentido de urgência. Em primeiro lugar, porque existe necessidade de uma equipe extra para uma cobertura adequada das eleições municipais de 2016, repletas de candidatos madeireiros, desmatadores, envolvidos em crimes ambientais. Em segundo lugar, para que o observatório tenha uma equipe, na década que se inicia, compatível com o tamanho dos temas agrários no país raptado que se desenha.

O autoritarismo do governo Bolsonaro se reflete também no universo privado. Diversos órgãos da imprensa independente, como o GGN, e até mesmo o Jornal Nacional, da Globo, estão sendo vítimas da perseguição movida por agentes públicos ou por empresas, na tentativa de calar jornalistas. E o governo autoritário — fascista — de Jair Bolsonaro tem se mostrado um instrumento importante para se consolidar essa cultura da censura e do discurso único, sem os devidos contrapontos.

A criação da editoria De Olho no Genocídio, e não De Olho na Pandemia, e da série Esplanada da Morte, sobre o papel de cada ministro da matança (também de indígenas, camponeses, quilombolas) mostra a opção editorial do observatório no momento delicado que vive o país.

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VÍDEO MOSTRA ALGUNS DOS TRABALHOS REALIZADOS DESDE 2016

O vídeo editado por Gabriela Leite e João Victor Rabello mostra algumas das principais reportagens realizadas desde a inauguração do portal. Ainda em 2016, o observatório publicou série sobre as eleições municipais daquele ano, intitulada O Arco Político do Desmatamento. Quatro anos depois, a série voltará com uma cobertura ainda mais ampla da conexão entre políticos e crimes ambientais. A depender do volume de assinaturas, a equipe será aumentada para uma cobertura geográfica maior.

O desmatamento foi tema de uma das principais séries de reportagens publicadas no site, no início deste ano: De Olho nos Desmatadores. A série, inaugurada com textos no Intercept Brasil e em CartaCapital, revelou os 4.600 maiores multados dos últimos 25 anos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). De Olho nos Ruralistas tem no “dar nome aos bois” uma de suas principais características — por isso também a imagem principal do vídeo é a de gado na Amazônia, em meio à devastação.

Duas séries de reportagens ganharam sites específicos: De Olho no Paraguai e De Olho no Mato Grosso do Sul. Os dois projetos motivaram uma publicação impressa, De Olho na Fronteira, que mostrou os proprietários de terra brasileiros com latifúndios dos dois lados da fronteira, em meio a histórias de crimes ambientais e de violência contra camponeses e indígenas. O mapa é uma das contrapartidas do observatório para os assinantes, que podem fazer doações a partir de R$ 12 mensais, na página De Olho nos Mil Parceiros.

| Alceu Luís Castilho é fundador e diretor de redação do De Olho nos Ruralistas |

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