Candidato à reeleição, Valmir Climaco tem cotas da TV Liberal no município e, entre 108 processos, acumula ações trabalhistas no garimpo, nas fazendas e na televisão, entre elas uma por omissão de socorro; como político, autorizou ponte na Flona do Jamanxim
Por Alceu Luís Castilho e Luís Indriunas
Candidato à reeleição em Itaituba (PA), uma das fronteiras da destruição na Amazônia, o prefeito Valmir Climaco de Aguiar (MDB) acumulou atividades ao longo de sua carreira: madeireiro, garimpeiro, prefeito, empreiteiro, pecuarista e empresário da comunicação. Em paralelo, acumulou processos. Por desmatamento, grilagem, omissão de socorro e até tráfico. Por alguns se tornou mais conhecido. Apareceu em agosto no Fantástico, o programa dominical da Globo, falando dos impactos do mercúrio no Rio Tapajós, para ele “conversa de gente besta”.
A relação dele com a emissora carioca é mais próxima do que se imagina. Climaco está entre os 51 candidatos a prefeito em 21 estados que declararam possuir rádios e TVs. A lista abriu uma sequência de reportagens sobre coronelismo eletrônico entre os candidatos, elaborada pelo De Olho nos Ruralistas com base em declarações de bens entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um detalhe quase passa despercebido: a empresa que o político possui há décadas é retransmissora da própria Globo.
Além das muitas participações em negócios, o candidato do MDB em Itaituba — o MDB do governador Helder Barbalho e do cacique Jader Barbalho, ele mesmo dono de TV no Pará — acumula acusações: de invasão e desmatamento em reserva ambiental, de omissão em morte de garimpeiro, de envolvimento com tráfico de drogas, de ameaçar servidores e fiscais e de não pagar os direitos trabalhistas de seus funcionários, das fazendas à emissora de televisão.
Climaco está confiante na vitória, segundo seus assessores. Parte desse sucesso vem de sua política de boa vizinhança com os grupos poderosos de comunicação do estado. Procurado pelo observatório, o prefeito disse que só falará após as eleições. Nem sempre ele é discreto para falar. Em junho do ano passado, disse que receberia “à bala” funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) que entrassem em sua fazenda para constatar sobreposição com terra indígena.
Menos de um mês depois, a Polícia Federal encontrou 580 quilos de cocaína na Fazenda Borboré, de sua propriedade, além de dois fuzis, uma pistola, munições, uma luneta de precisão para uso do fuzil. Nesse caso, a relação com a fazenda no caminho para Jacareacanga, uma das três que ele informa ao TSE possuir na Rodovia Transamazônica, era menos atenta: disse que ela tinha sido invadida.
Valmir Climaco é um dos personagens principais — ou um dos mais marcantes — da série O Voto que Devasta, uma cobertura eleitoral com enfoque ambiental e agrário iniciada no dia 28 de outubro.
De onde vem seu poder?
RETRANSMISSORA RECEBEU MAIS DE R$ 110 MIL EM VERBAS FEDERAIS
Cearense de Ubajara, Climaco é sócio com sua esposa, Solange de Moreira de Aguiar, da V.C.A. Comunicações Ltda, com participação na TV Liberal Itaituba, retransmissora da Globo. O prédio onde está a televisão, na Travessa 13 de Maio, em Itaituba, também é do prefeito — embora isso não apareça nos dados do TSE — e abriga a Rádio O Dia, de Romulo Maiorana Júnior, o Rominho. É o mesmo endereço que a TV Liberal informa na cidade. Rominho e os donos da TV Liberal são da mesma família, há décadas à frente de uma das principais retransmissoras da Globo no país.
Fundada em 1993, quando Climaco era um jovem garimpeiro de 33 anos, a afiliada da TV Liberal recebeu pelo menos R$ 113.904,52, entre 2000 e 2017, de anúncios publicitários do governo federal. A maior parte dos repasses identificados (61%) está apontada em relatórios do Instituto para Acompanhamento da Publicidade (IAP), órgão do governo federal que controlava a verba publicitária e foi extinto pelo governo Michel Temer.
O levantamento do De Olho nos Ruralistas em diversas fontes encontrou também verbas da Eletronorte (11% do total), seguidas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Eletrobras, Ministério da Saúde, Petrobras, Ministério do Trabalho e Banco do Brasil, nesta ordem:
O infográfico acima ilustra como o CNPJ da empresa (83.338.129/0001-31) era utilizada nos anúncios pelos executivos da TV Liberal e da Globo Comunicação e Participações S/A, a principal empresa do Grupo Globo. Os pacotes de anúncios eram negociados em bloco pelas agências de publicidade. Por exemplo, a verba do Ministério da Saúde que aparece na ilustração, abaixo da empresa de Climaco, foi para uma rádio de Petrolina (PE). Mas a dupla destacada compõe uma lista maior de vinte anúncios do Ministério da Saúde para a Globo, em janeiro de 2013. Confira aqui — é necessário fazer a busca pelo CNPJ — os dados de 2000, 2001, 2007, 2008, 2010, 2011, 2012 , 2013, 2014, 2016 e 2017, quando o IAP parou de computar a publicidade governamental.
Dos 108 processos dos quais faz parte, Valmir aparece com a V.C.A. Comunicações em 18 processos trabalhistas, por falta de pagamento de direitos aos seus trabalhadores, como a contribuição para a Previdência. O mais rumoroso no município foi aquele com o jornalista Emilio Carlos Piccardo, que trabalhou por 23 anos para a emissora. Foram mais de duas décadas de INSS não recolhido que a Justiça determinou que deve ser pago com bois — esses que jamais apareceram, desde 2004, nas declarações de bens do político.
Agora menos que um milionário, Climaco disputa a prefeitura de Itaituba desde 2008, mas só conseguiu vencer em 2016. Nesse tempo, a fortuna do prefeito foi desaparecendo das suas declarações. Em 2004, ele não declarou nenhum bem. Em 2008, apresentou um patrimônio de R$ 1.897.950,47. Este ano, só metade: R$ 948.634,23. Algumas atividades sempre se mantiveram nas listas entregues à Justiça Eleitoral: a madeireira, a empreiteira, as fazendas e a V.C.A. Comunicações.
POLÍTICO TEM TRÂNSITO COM PODERES RIVAIS: DE JADER AOS MAIORANAS
Na política local, Valmir Climaco sempre trabalhou para conseguir aliados ecléticos, mesmo que eles atuem em direções opostas. Ele é partidário do governador Helder Barbalho (MDB) e do seu pai, o senador Jader Barbalho (MDB), desde suas primeiras tentativas de se eleger. Ao mesmo tempo, tem uma relação comercial com a família Maiorana, que tradicionalmente apoia grupos políticos em caminhos opostos ao de Jader, como o PSDB local — o outro partido que conseguiu dominar o Executivo estadual, junto com o MDB, após um breve hiato petista. E o PT também compõe sua chapa para a prefeitura.
Desde 2006, Climaco desistiu de ter programação da TV local e deixou a cargo da TV Liberal, e da Globo, a programação da retransmissora. Ao mesmo tempo, continua sendo correligionário de Jader, que é o chefe de outro conglomerado de comunicação com rádios, TV Bandeirantes do Pará e o jornal Diário do Pará, controlado pelo outro filho do senador, Jader Barbalho Filho, o Jaderzinho. Ou seja, uns retransmitem a Globo; outros, a Band.
A tranquilidade do Climaco mudou com a divisão na família Maiorana que rachou o conglomerado de empresas de comunicação paraense. O pivô da briga foi o primogênito, Romulo Maiorana Júnior, conhecido como Rominho. Os irmãos, liderados pelo atual presidente do Grupo Liberal, Ronaldo Maiorana, acusam Rominho de sabotagem.
O velho Romulo Maiorana, de quem foi herdado o império local, era dono dos tradicionais regatões que cruzam a bacia amazônica vendendo alimento, roupas, bugigangas e todo tipo de mercado para os povos ribeirinhos. Transformou-se num poderoso magnata local da comunicação. Os herdeiros de Maiorana tiveram um litígio em 2017 e o grupo se dividiu formalmente em 2018. A TV Liberal, os jornais Liberal e Amazônia e rádios em Belém, Castanhal (norte do Pará) e Soure (na Ilha do Marajó) ficaram com os cinco irmãos. Segundo o Diário do Pará, de Jader, o dissidente Rominho assumiu o controle de rádios em Belém, Marabá, Itaituba e Castanhal, além da ORM Cabo, uma operadora de cabos de internet e TV por assinatura.
A família Maiorana tentou, sem sucesso, emplacar Romulo Jr. no Senado. Não deu certo. Em 2018, enquanto Valmir Climaco se cansava de oferecer informações à Receita Federal para manter sua empresa ativa, Rominho fundou o portal Romanews. Desde então, ficou clara a inimizade dele com o prefeito de Itaituba. De junho de 2018 até 11 de outubro de 2020, seus veículos publicaram diversas reportagens com as mais diversas denúncias contra Valmir Climaco. Tarefa não muito difícil diante do histórico do político.
Curiosamente, a antiga Rádio Liberal, atual Rádio O Dia, “alegria que irradia”, que hoje pertence a Romulo Jr., ainda aparece no mesmo endereço das empresas do Grupo Liberal, a Travessa 13 de Maio. De Olho nos Ruralistas procurou os grupos Roma e Liberal para esclarecer essas e outras informações, mas até o fechamento dessa edição não obteve respostas.
Enquanto tenta ficar bem com os Maioranas, Climaco recebe com frequência Helder Barbalho. Em 2019, o governador do MDB foi visitar obras ainda em andamento no município. Helder tenta manter distância das acusações contra o prefeito, como no caso da ponte construída dentro da reserva ambiental do Jamanxim. O governo do Pará negou que tivesse envolvimento, enquanto o prefeito dava entrevista falando que tinha o aval de Helder .
PREFEITO CONSTRÓI PONTE EM RESERVA QUE FOI PIVÔ DO “DIA DO FOGO”
Condenado por desmatamento ilegal em área grilada ao longo dos anos, Valmir Climaco usou o poder que lhe concede a administração municipal, em 2019, para ser o protagonista político de mais uma invasão a reservas ambientais. Ele autorizou a construção da ponte de 339 metros dentro da reserva do Jamanxim. A notícia se espalhou após reportagem em agosto do ano passado no Fantástico, da TV Globo, retransmitida pela TV Liberal de Itaituba. A cada emissora, um pedaço da história: o subprefeito Valdecy Martins — subordinado de Climaco — apareceu logo depois no SBT debochando de notificação da Marinha. “A madeira não precisa ser legal para ter a ponte”, disse ele.
Com 6 milhões de hectares, Itaituba tem um tamanho do território da Lituânia, no leste europeu. A Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim foi alvo do “Dia do Fogo“, uma ação orquestrada de fazendeiros que provocaram incêndios simultaneamente por dois dias, para burlar a fiscalização. Isso ocorreu em agosto de 2019, mês em que Globo e SBT exibiram as reportagens sobre a Flona Jamanxim. Pecuaristas de São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso, todos na fronteira do desmatamento na Amazônia, participaram da ação, ao lado dos pares de Itaituba. O envolvimento dos dois candidatos à prefeitura de Novo Progresso com o Dia do Fogo será tema de outra reportagem da série “O Voto que Devasta”.
O histórico de desprezo de Climaco às florestas nativas e à União — das terras públicas à Marinha — conta com uma recente condenação de quatro anos e nove meses de prisão por destruição de reserva. O processo tem mais de onze anos. Ele foi denunciado em 2008 pelo Ministério Público Federal (MPF) sob a acusação de destruir 746 hectares de floresta nativa em área de preservação, na Gleba Arraia, de domínio da União. A propriedade em Altamira, a Fazenda Serra Azul, não consta da declaração de bens entregue em 2004, ano do crime ambiental.
A multa dada naquele ano pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi de R$ 1 milhão. Ele chegou a depor em uma Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso, a CPI da Biopirataria, no ano seguinte — enquanto recebia, por meio de sua empresa de comunicação, verba publicitária para a retransmissora da Globo. Naquela ocasião, os parlamentares acusaram-no de, aliado a um funcionário do Ibama, resgatar a madeira retida após a fiscalização no pátio do órgão em Itaituba.
Na ocasião da multa, Climaco ameaçou os funcionários do Ibama. E chamou-os de corruptos. O comportamento se repetiu quinze anos depois, em 2019, quando, em audiência pública sobre a presença de garimpo em terras indígenas com a presença de funcionários da Funai, o prefeito recomendou aos moradores “que recebam a equipe [da Funai] à bala”. O resultado das ameaças foi uma denúncia do Ministério Público Federal. Em entrevista à Folha, Climaco negou as acusações, mas pontuou: “Na minha propriedade não entra [a Funai] de jeito nenhum”.
“Na minha propriedade a Funai não entra de jeito nenhum”
Foi em julho do ano passado que a PF encontrou 580 quilos de cocaína na pista de pouso de uma de suas fazendas, em Itaituba. Além da cocaína, no local foram apreendidos dois fuzis, uma pistola, munição e 200 gramas de skank, maconha com alta concentração de THC. Um monomotor e um bimotor estavam na fazenda. À Polícia Federal, Climaco disse que a pista de pouso da fazenda estava abandonada e que parte da propriedade foi invadida.
Em 2000, o atual prefeito foi investigado pela CPI do Narcotráfico, uma iniciativa da Assembleia paraense, conforme relatado na época pela Folha. Uma testemunha disse que o prefeito usava sua serralheria para armazenar drogas que, vindas da Colômbia, seguiam para Belém. Destino final da droga: São Paulo e Rio de Janeiro. “É um mentiroso que saiu daqui fugido”, minimizou Climaco.
As reportagens da época citavam o empresário como dono da TV Liberal ou da TV Muiraquitã, nome anterior da TV Liberal no município. É o mesmo nome — os muiraquitãs são amuletos da sorte do povo Tapajó — que ainda aparece nas bases de dados do TSE e da Receita Federal, com o mesmo CNPJ que recebeu, durante décadas, as verbas publicitárias do governo federal.
CLIMACO É ACUSADO DE OMISSÃO DE SOCORRO EM MORTE DE GARIMPEIRO
As ações trabalhistas percorrem a carreira de Valmir Climaco (não é Clímaco, mas Climaco mesmo, com acento no “a”) como empresário ao longo de suas diversas atividades. Entre os processos envolvendo suas fazendas está o de uma senhora que prestou serviços de cozinheira por dezesseis meses — sem nunca ter recebido pelos serviços. Em outro, um técnico de manutenção de máquinas trabalhou por três meses em sua madeireira. Igualmente sem receber salários.
Mas a mais grave acusação relacionada a trabalhadores contra o prefeito de Itaituba é o processo de omissão de socorro movido pela família do garimpeiro Rodrigo Chaves Camargo. Ele morreu soterrado num buraco de 20 metros de profundidade no garimpo Bom Jesus, em 2009. Junto com ele, outro garimpeiro, apenas identificado como Gregue, também faleceu.
Testemunhas contam na ação que Rodrigo “se refugiou nas galerias da mina aguardando socorro que não ocorreu”. Elas explicam o motivo: o réu, Valmir Climaco, “suspendeu as buscas iniciadas pelos próprios garimpeiros”. Durante o processo, os companheiros se diziam “perplexos” diante da ordem do prefeito de Itaituba de cessar a sucção de água do túnel. E por ele não ter atendido ao pedido do Corpo de Bombeiros para usar o material da sua empresa para tentar o resgate.
Três anos depois, a Justiça fechou um acordo com a família de Rodrigo pelos danos que a morte do trabalhador causou à família: R$ 15 mil. Cerca de um quarto do valor registrado por Climaco no TSE, em 2020, para um de seus currais: R$ 58.966,50.
PROGRAMA DE GOVERNO FOCA NA ABERTURA DE ESTRADAS E NA EXPANSÃO DA SOJA
O programa de governo do fazendeiro Valmir Climaco, registrado na Justiça Eleitoral, traz várias ações voltadas para o agronegócio, com destaque para a produção de grãos, e na abertura de diversas vicinais — uma política que favorece os proprietários rurais. Ele quer apresentar um projeto junto a Assembleia Legislativa para a criação de rodovias estaduais em Itaituba, além das estradas vicinais de ligação: Transjuriti, Transgarimpeira, Transbarreiras, Transpimental, Novo Horizonte, Ramal União, Vicinal do Cacau e Norte Sul.
Entre os demais itens de sua plataforma está “o incentivo ao plantio de grãos em grandes escalas”. E mais: o fomento a programas para implantação e ampliação da agroindústria; a criação de parcerias junto às empresas privadas de grãos, com auxilio técnico para cultivo de soja, milho, arroz e feijão; a criação de uma política de orientação “para o licenciamento ambiental das atividades empresariais”; e a busca de parcerias públicas e privadas para criar parques industriais.
Em uma reportagem publicada no Youtube, o pecuarista deu a entender por que está preocupado com essas demandas: sua intenção é começar a plantar soja e milho. Valmir Climaco de Aguiar não está sozinho. Possui apoio de governos, de empresários, fazendeiros, garimpeiros. E de partidos: a coligação que apoia sua candidatura de Valmir Climaco à reeleição é integrada pelas seguintes siglas: MDB, Avante, DEM, PP, PRTB, PSL, PT, Republicanos e Solidariedade.
| Luís Indriunas é jornalista. |
|| Alceu Luís Castilho é diretor de redação do De Olho nos Ruralistas ||
Foto principal (Reprodução): Climaco dá entrevista à TV Liberal, sobre uso de mercúrio em garimpos
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One commentOn Acusado de grilagem, desmatamento e tráfico, prefeito é retransmissor da Globo em Itaituba (PA)
Parabéns pela reportagem!