Sétimo vídeo da série De Olho no Genocídio aponta falas, ações e mentiras do presidente sobre temas em investigação na CPI da Covid; Brasil já deveria estar denunciando quem o segura no poder, e não somente reunindo as centenas evidentes de provas
Por Alceu Luís Castilho
O presidente Jair Bolsonaro tripudiou a pandemia, fez campanha por remédios nocivos, deixou de comprar vacinas, fez piada com a eficácia delas e mentiu diariamente. A Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado, sob o comando de Omar Aziz (PSD-AM), promete apontar os responsáveis pelas mortes por Covid-19 no Brasil, por negligência ou ação criminosa direta. De Olho nos Ruralistas não tem dúvidas em relação à responsabilidade extraordinária de Jair Bolsonaro no massacre.
O sétimo vídeo da série De Olho no Genocídio, “Sim, há provas”, expõe detalhadamente os crimes de Bolsonaro. O roteiro para cada culpa — hoje, em boa parte, nas mãos cúmplices do procurador-geral da República, Augusto Aras — vem do próprio governo em cada informação dada à CPI. Bolsonaro sempre deixou claro seu desprezo pelos cuidados com a pandemia. Desde o discurso da “gripezinha”, o presidente colecionou ironias, desprezo e piadas de mau gosto em relação ao sofrimento de milhões de brasileiros.
A CPI punirá apenas Eduardo Pazuello, um dos vários braços de Bolsonaro na matança, como ministro mais longevo da Saúde, ou vai tratar seriamente da responsabilidade de gente como Aras ou os atuais e antigos presidentes do Senado e da Câmara?
Confira o vídeo:
SÉRIE DE VÍDEOS APONTA CULPADOS PELO GENOCÍDIO
O observatório divulga desde abril uma série de vídeos sobre o genocídio em curso no Brasil, com o objetivo de mostrar os vários protagonistas desse massacre que não é apenas biológico, mas também político. São militares, empresários, políticos, jornalistas, entre outros, que reproduzem um discurso negacionista, a justificar incompetência, irresponsabilidades e violências.
O primeiro vídeo teceu um panorama do genocídio em curso pelo governo Bolsonaro, a sua responsabilidade como presidente e a necessidade de mobilização para que ele seja responsabilizado, nacional e internacionalmente: “Brasil precisa se organizar para punir Bolsonaro“.
O segundo vídeo apontou o racismo e o expansionismo expressos desde antes das eleições de 2018 e multiplicado pelo governo em pequenos e grandes gestos, do white power aos projetos de lei contra os povos originários: “Vídeo mostra lógica supremacista do governo Bolsonaro”. Um terceiro vídeo apoiou com ênfase a necessidade de um isolamento nacional, rigoroso, eficaz, para estancar o crescimento das mortes no país: “Lockdown amplo e eficaz já é uma emergência“.
O quarto vídeo fala especificamente de um personagem pouco explorado, diante da blindagem feita pela imprensa comercial, sua aliada: o mercado. O capital é peça chave no combate ao lockdown, ou mesmo na difusão do negacionismo, a partir de alguns de seus representantes particularmente gananciosos e inescrupulosos: “É o capital que banca Bolsonaro e o massacre“.
As trapalhadas dos militares estão no sexto vídeo da série: “Perdidos na Selva”. Após a eleição de Jair Bolsonaro, o governo tornou-se cada vez mais militarizado, com tentáculos verde-oliva espalhados por órgãos públicos, estatais e autarquias. Os chefes desses soldados ocupam cargos importantes no governo federal e mantêm como prioridade a manutenção dessa influência — à margem de um eventual objetivo de salvar a vida de centenas de milhares de brasileiros.
A responsabilidade da mídia no genocídio estão no sexto vídeo da série: “Imprensa Cúmplice“. Em vez de divulgarem informações precisas sobre a Covid-19, jornalistas como Alexandre Garcia, Augusto Nunes e Rodrigo Constantino ou apresentadores como Ratinho, Siqueira Jr. e Sílvio Santos são cúmplices da tragédia. O vídeo mostra ainda que, por trás de cada jornalista à frente das telas, estão os donos dos veículos, prontos a aplaudir o presidente e acompanhar o seu discurso irresponsável.
O observatório definiu em junho de 2020 sua cobertura da pandemia como uma cobertura de genocídio. A decisão de fazer uma série de vídeos sobre o tema decorre da emergência que vive o Brasil. A posição editorial é clara, em defesa da punição daqueles que comandam a matança.
Em julho de 2020, antes do atual formato audiovisual, estreava a série Esplanada da Morte. Sobre o papel de vários ministros do governo Bolsonaro no morticínio, entre outros integrantes do governo, como o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), ou mesmo de outros integrantes do poder público, da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF).
| Alceu Luís Castilho é diretor de redação do De Olho nos Ruralistas. |
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